Eleitos pela CDU apresentam balanço de cinco anos

<font color=0094E0>Intervenção exemplar ao serviço do povo e do país</font>

«É de cara bem levantada» que os deputados do PCP no Parlamento Europeu apresentaram, dia 18, no Porto, o balanço de cinco anos de mandato. Como frisou Ângelo Alves, membro da Comissão Política, esta «valiosa intervenção» é uma prova de que o PCP e a CDU são «a voz da luta dos trabalhadores e do povo português nas instituições europeias».

Os deputados do PCP foram no PE a voz do povo e do País

«Estamos aqui com a consciência do dever cumprido», declarou Ilda Figueiredo no encontro de prestação de contas, em que participaram os deputados Sérgio Ribeiro e Pedro Guerreiro, que substituiu o primeiro em Janeiro de 2005.
«Durante estes quase cinco anos desenvolvemos uma intensa actividade, seja nas comissões e delegações Parlamentares de que somos membros, seja no plenário, através de cerca de 1400 intervenções, mais de 70 propostas de resolução, 29 relatórios e pareceres ou, ainda, através de mais de 700 perguntas à Comissão Europeia e Conselho».
A estes impressionantes números, muito acima da média dos deputados de outros partidos, há ainda a acrescentar uma outra vertente fundamental da actividade dos deputados comunistas: a sua «ligação permanente aos problemas e aspirações dos trabalhadores e das populações e à realidade do País».
Como salientou a cabeça de lista da CDU às próximas eleições europeias de 7 de Junho, os deputados do PCP realizaram ao longo deste mandato «mais de 500 visitas, dezenas de encontros e de reuniões» tendo participado «em debates e colóquios sobre os mais variados temas, do Algarve a Trás-os-Montes, do interior ao litoral e às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira».
E foi através desta actividade incansável que «chegaram ao Parlamento Europeu as lutas pela defesa de diversos sectores da indústria nacional, designadamente têxtil e vestuário e a respectiva cláusula de salvaguarda, calçado, naval, alimentar, indústria mineira, sector automóvel e novas tecnologias, como a Qimonda. Fomos nós quem deu voz às lutas dos agricultores, à defesa da agricultura familiar e das pescas».
De igual modo, lembrou Ilda Figueiredo, «levámos ao Parlamento Europeu as lutas dos trabalhadores, dos agricultores, dos micro, pequenos e médios empresários, dos pescadores e armadores, das populações das mais diversas zonas e regiões do País, sempre numa atitude patriótica de afirmação da soberania nacional e de defesa da produção e dos interesses portugueses, do emprego com direitos, melhor qualidade de vida e mais justa repartição e distribuição da riqueza criada. Fomos também nós quem deu voz às lutas dos trabalhadores portugueses espalhados pela Europa, com destaque para a Holanda, Bélgica, Suíça, Espanha, França e Reino Unido.»

Actividade diversificada

Apesar de silenciada pelos grandes órgãos de comunicação social, «as pessoas e instituições sabem que mantemos uma ligação permanente aos problemas do País, porque vamos lá, ao Portugal profundo, sempre que é necessário, porque damos voz aos seus problemas, porque questionamos e propomos as soluções que defendem.»
A par da sua presença constante ao lado dos trabalhadores e populações, os deputados do PCP «têm mantido uma permanente solidariedade internacionalista para com todos os povos e contra a política de ingerência e de construção e desenvolvimento de blocos político-militares para domínio regional ou mundial, bem como na defesa dos direitos dos imigrantes».
Foi em colaboração com o Grupo da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica, cuja direcção integram, que os deputados do PCP realizaram em Portugal importantes iniciativas de que se destacam: as Jornadas do Grupo e da Mesa, em Lisboa e no Porto, respectivamente; as iniciativas sobre educação sexual, a despenalização do aborto e a promoção dos direitos sexuais e reprodutivos; os debates que fizeram o balanço da aplicação da dita «estratégia de Lisboa» e sobre as consequências da aplicação do «pacto de estabilidade» e do euro. É igualmente de salientar o apoio dado à Conferência Europeia dos Movimentos da Paz e às jornadas da União de Resistentes Antifascistas, bem como os debates sobre a situação da União Europeia e as perspectivas futuras.
Já com o próximo mandato em mente, Ilda Figueiredo sublinhou: «É este trabalho que queremos continuar a aprofundar. Por considerarmos que é útil para Portugal e é essencial para lutar por outra Europa de paz, solidariedade, de progresso social.»

Posições claras
uma luta consequente


Opondo-se «aos eixos fundamentais das políticas comunitárias, com relevo para o referendo e o projecto de Tratado de Lisboa, os deputados comunistas apresentaram sistematicamente propostas alternativas.
Ao longo do mandato, recordou Ilda Figueiredo, «temos dado particular atenção à luta contra a dita estratégia de Lisboa, contra as liberalizações e privatizações de sectores estratégicos e de serviços públicos fundamentais, a flexibilidade, o aumento da idade da reforma, o ataque aos direitos sociais e laborais, a flexigurança, a inadmissível proposta do Conselho para alterar a directiva do tempo de trabalho e a nova proposta de directiva para retomar o ataque à saúde pública em nome da mobilidade dos doentes, retomando o que tinha saído na luta contra a famigerada directiva Bolkestein, de liberalização dos serviços.»
E a realidade veio dar razão às posições desde sempre assumidas pelo PCP e os seus eleitos: «Nove anos após a aprovação da Estratégia de Lisboa, aprofundaram-se as desigualdades sociais, agravou-se a pobreza que atinge mais de 80 milhões de pessoas, das quais mais de 30 milhões são trabalhadores com baixos salários, vítimas da proliferação do emprego precário e do desemprego.»


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<font color=0094E0>Candidatos da CDU</font>

Ilda Figueiredo, 60 anos, economista, membro do CC do PCP, vereadora na Câmara Municipal de Gaia, deputada no Parlamento Europeu desde 1999. João Ferreira, 30 anos, biólogo, doutorando em Ecologia, membro da DORL do PCP,Técnico Superior da AIA, sócio fundador da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica...